10 de janeiro de 2011

Sustos na chegada

Durante o voo de Lima para Havana, fiquei grudada na janela, atenta a cada detalhe da geografia do local, fiz muitas fotos, mas nem todas ficam boas claro, ainda mais quando se tem um pouco de turbulência. O que eu queria ver mesmo era o mar verde-azul-turquesa do Caribe, e vi, bem lindo.


Mas logo depois veio o susto, quando fomos nos preparando para aterrisar nós só víamos mato e muitas plantações em formatos redondos nas terras vermelhas da ilha. Nenhuma construção, cadê a cidade?
Márcio disse que a minha cara era de pavor, tipo, - Onde fui me meter?


Quase chegando no Aeroporto Internacional Jose Martí vimos algumas construções, mas estava longe de ser a cidade. O susto continuou no aeroporto. Na parte que desembarcamos, tudo era velho, feio, a imigração era a parte mais assustadora, um grande saguão cheio de gente em filas para passar por cabines minusculas, por um funcionário do governo e uma porta controlado por ele. O lugar não tinha outra saída além de onde entramos (do avião) ou aquelas portas, uma pessoa na minha frente teve a documentação com problemas e teve que esperar. Quando chegou minha vez um atendente até simpático olhou meus documentos e fez graça quando viu que eu era brasileira e não sabia falar espanhol. Ufa! Passei. Márcio também.
Do outro lado da porta um aeroporto igualmente feio, sem lojas, sem lanchonetes, sem comércio nenhum. Passamos na alfândega, retiramos as bagagens e fomos encontrar o translado para o hotel. Muitos outros brasileiros esperando, uns iam para Varadero, nós para Havana.
Também no aeroporto trocamos alguns dólares por Peso Cubano Convertido, o CUC, cada dólar só valeu US$ 0,89, já perdemos 11%, mais uma taxa para converter o dinheiro.
Depois de alguma espera saímos em direção ao hotel, o ônibus era bom, mas queríamos chegar logo, o cansaço da viagem estava batendo. No caminho o espanto continuava, nenhuma construção em bom estado, poucas pessoas nas ruas, muitos carros antigos e ruas inteiras sem iluminação. Tudo parecia muito escuro.
Fiquei tão espantada que nem fotos eu fiz neste dia.
O primeiro prédio bonito que vimos era um hotel, depois outro, depois no centro, o nosso hotel, o Tryp Habana Libre. Aí começou o alívio, o hotel é grande, com bonito saguão e restaurantes.
O hotel tem uma impressionante fachada com obra de arte feita de ladrilhos da renomada cubana Amelia Peláez. Aberto em 1958, acabou confiscado um ano depois para servir de quartel-general de Fidel durante a tomada de Havana. Várias fotos que estão exibidas nas paredes do hall do prédio ilustram esse momento histórico. Tem uns 30 andares e 31 apartamentos grandes por andar. Ele é visto de várias partes da cidade.



O carregador de malas esperou pela "propina" como chamam a gorjeta lá, e logo depois descobrimos que todos querem gorjeta, mesmo que já tenham sido pagos para o trabalho. Para eles, somos ricos turistas.
O quarto era grande, com duas camas de casal, o banheiro também era grande, mas o chuveiro era péssimo, estranho, precisamos chamar alguém para fazê-lo funcionar, assim como a TV.



Depois do banho, fomos jantar e descobrimos que a comida era cara nos restaurantes do hotel e um pouco estranha também. Mas encontramos também no hotel uma lanchonete com preços mais acessíveis, pratos em torno de CUC$ 10 (uns 20 reais) por pessoa. A cerveja era nacional (Cristal ou Bucanero), o refrigerante era Coca-Cola, Fanta ou Sprite Mexicana, com bem menos gás e um sabor mais doce. Também havia sucos e drinks com Run, claro. Fiquei na Fanta, nos sucos e o Márcio na Cristal.
Antes do sono, uma olhada na vista da sacada do quarto, noite estrelada, brisa agradável do mar do Caribe. Agora tudo estava mais com cara de férias, e menos de espanto.


2 comentários:

  1. Adrenalina pura então! Mas é muito bom viajar e não saber muito o que encontrar, nada premeditado...:)

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  2. Esse chuveiro está com uma cara péssima mesmo! Estou curiosa para ver as fotos das praias!!!! Feliz ano novo para vc e o Márcio! Bjs

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